Ir para o conteúdo

São Mateus do Sul - PR e os cookies: nosso site usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação. Ao continuar você concorda com a nossa Política de Cookies e Privacidade.
ACEITAR
PERSONALIZAR
Política de Cookies e Privacidade
Personalize as suas preferências de cookies.

Clique aqui e consulte nossas políticas.
Cookies necessários
Cookies de estatísticas
SALVAR
São Mateus do Sul - PR
Acompanhe-nos:
Rede Social Instagram
Rede Social Facebook
Rede Social Linkedin
Rede Social Twitter
Notícias
Enviar para um amigo!
Indique essa página para um amigo com seus dados
Obs: campos com asterisco () são obrigatórios.
Enviando indicação. Por favor, aguarde...
MAR
16
16 MAR 2023
CIDADE
EDUCAÇÃO E CULTURA
INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Pesquisadores descobrem conexão histórica entre São Mateus do Sul e o Palacete do Batel, em Curitiba
enviar para um amigo
receba notícias
Os pesquisadores, Mônica Zampier e Gerson Souza, de São Mateus do Sul, desvendaram um mistério histórico que liga a terra da erva-mate ao Palacete do Batel, em Curitiba, Paraná. Ao pesquisar sobre casarões antigos em Curitiba, Zampier se deparou com o nome de Ildefonso Rocha, que também foi prefeito de São Mateus do Sul.


Com a ajuda do pesquisador Gerson, eles descobriram que Odemira Cunha, filha de Amando Antônio Cunha se casou com Ildefonso Ozório da Rocha, filho de Florêncio Munhoz da Rocha. Um ano depois do casamento, Ildefonso já era sócio do pai de Odemira em uma empresa de compra, venda e exportação de erva-mate.

O Palacete do Batel foi construído na década de 1910, após o casamento de Ildefonso e Odemira. A confirmação de que a propriedade pertencia ao pai de Odemira veio com o projeto arquitetônico do Palacete, que tinha o nome de Amando Cunha como proprietário. O palacete acabou sendo o presente para o casal Ildefonso e Odemira.


No entanto, a vida do casal Ildefonso e Odemira teve altos e baixos. Com a Primeira Guerra Mundial, Ildefonso teve dificuldades financeiras e precisou entregar o Palacete em 1922 para o Banco Francês e Italiano. Contudo, no começo daquele século, Ildefonso prestou serviço militar em Rio Pardo, onde fez amizade com os cadetes Getúlio Vargas (que se tornaria presidente do Brasil pela revolução) e Plínio Tourinho (que lideraria a revolução no Paraná). E foram esses dois importantes contatos que solicitaram a Ildefonso Rocha que assumisse a prefeitura de São Mateus do Sul, uma importante cidade portuária às margens do Iguaçu.

A conexão histórica entre uma antigo prefeito de São Mateus do Sul e o Palacete do Batel, em Curitiba é apenas um exemplo da importância da preservação da memória histórica e cultural de cidades brasileiras.

Leia na íntegra o relato da pesquisa realizada pela diretora de cultura Monica Zampier e pelo historiador, Gerson Souza:

 
Do Palacete do Batel à Prefeitura de São Mateus do Sul

Em 2021, estava auxiliando uma colega do trabalho a organizar os históricos das escolas municipais de São Mateus; hábito antigo meu, costumo ler tudo que folheio, mesmo que não seja algo da minha área e/ou  interesse. O fato é que li sobre a Escola Municipal Odemira Cunha, que leva este nome em homenagem a doadora do terreno onde ela foi construída. O histórico era breve, sem muitas informações, mas ficou na minha cabeça.

Em outro momento, estava pesquisando sobre os casarões antigos ligados a empresários do mate que ainda existem em Curitiba; e um deles é o Palacete do Batel, construído para moradia de Ildefonso Rocha. Esse nome não me soou estranho, fiquei matutando onde foi que li sobre essa figura, não demorou muito, acabei lembrando que houve um prefeito em São Mateus com esse mesmo nome, mas em breve pesquisa não conseguia encontrar nada que relacionasse o Ildefonso do Palacete do Batel a Odemira Cunha. Foi então que resolvi conversar com o Gerson Souza, afinal, ele é um excelente pesquisador e sempre trocamos ‘figurinhas’ sobre a história da cidade.

Em poucas horas fomos desvendando o mistério e a conversa ficando quase mágica...

O Gerson primeiramente achou que eu estava enganada, e que o dono do Palacete do Batel deveria ser um homônimo do prefeito de São Mateus. E ao começar a pesquisar, descobriu que realmente existiram duas pessoas com o nome “Ildefonso Rocha” em Curitiba, naquelas primeiras décadas do século passado. Para complicar a história, os dois eram parentes, ambos pertencentes à família Munhoz da Rocha. Qual deles era o marido da Odemira Cunha? Qual deles era o proprietário do Palacete? Resolvemos então focar na Odemira Cunha e, a partir dela, resolver o mistério. Revirando jornais da época e registros de cartórios, descobrimos que Odemira nasceu em 04 de dezembro de 1888, filha de Lydia Cunha e Amando Antônio Cunha (guarde esse nome!). Vimos que a garota era dotada de grande inteligência, pois era aprovada com “distinção e louvor” em todas as matérias no Conservatório de Belas Artes. Além disso, cantava no coral do Conservatório e já com quinze anos tinha sonetos de sua autoria publicados em jornais do Paraná e de outros estados.

Sim, mas isso tudo não resolvia o mistério do Palacete do Batel... Então tivemos que chegar no casamento dela. Descobrimos que, em junho de  1909, Amando Cunha “contratou” o casamento de sua filha com Ildefonso Ozório da Rocha, filho de Florêncio Munhoz da Rocha. Este casamento ocorreria em 04 de junho de 1910, e, um ano depois, Ildefonso já seria sócio do pai de Odemira na empresa de compra, venda e exportação de erva-mate. Existe um ditado que fala: “quem casa quer casa!”. O Palacete foi construído exatamente na década de 1910, após o casamento de Ildefonso e Odemira... Mas ainda precisávamos de uma prova mais forte, e para isso tivemos que consultar o projeto arquitetônico do Palacete do Batel. Ali, para nossa surpresa, estava escrito: “Projecto de uma Villa a construir-se na rua do Batel, propriedade do Ilmo. Sr. Amando Cunha”. Essa era a confirmação que precisávamos! O Palacete do Batel era do pai de Odemira Cunha, e acabou sendo o presente para o casal Ildefonso e Odemira.

Mas quando descobrimos algo na história, sempre surgem novas dúvidas... Eu e o Gerson passamos a nos perguntar: como eles vieram para São Mateus? Como o Ildefonso teria se tornado prefeito? Por que eles teriam deixado o Palacete? A verdade é que a Primeira Guerra Mundial foi muito danosa para vários comerciantes, e Ildefonso teve dificuldades no final daquela década. Acabou contraindo dívidas e teve que entregar o Palacete em 1922 para o Banco Francês e Italiano. Mas a vida é feita de altos e baixos... No final daquela década estourou no Brasil a Revolução de 1930. Ildefonso havia prestado serviço militar em Rio Pardo, no começo do século, tendo como colegas de farda os cadetes Getúlio Vargas (que se tornaria presidente do Brasil pela revolução) e Plínio Tourinho (que lideraria a revolução no Paraná). Foi assim que os antigos amigos solicitaram a Ildefonso Rocha que assumisse a prefeitura de uma importante cidade portuária às margens do Iguaçu: São Mateus do Sul. O casal Ildefonso e Odemira tinha completado o caminho, do Palacete do Batel até a Prefeitura da Terra do Mate... E agora eu e o Gerson poderíamos encerrar a nossa pesquisa... Pelo menos por enquanto.

Autoria e pesquisa histórica:
Mônica Zampier e Gerson Souza
Fonte: Relações Públicas / Departamento de Cultura
Seta
Versão do Sistema: 3.4.0 - 05/02/2024
Copyright Instar - 2006-2024. Todos os direitos reservados - Instar Tecnologia Instar Tecnologia